sábado, 28 de maio de 2016

Resenha: American Horror Story, Freak Show (4ª Temporada)

Hoje vou falar da quarta temporada de American Horror Story, intitulada de Freak Show. 


A história passa-se na década de 1950, na cidade de Júpiter, Florida e acompanha a chegada de um dos últimos e autênticos circos de aberrações ou shows de horrores. Elsa Mars (Jessica Lange) é a grande líder da trupe de monstros e é ela a responsável por achar as aberrações nos mais diversos lugares: hospitais, orfanatos... Os integrantes do show possuem as mais diversas deformações: temos o Mãos-de-Lagosta, as irmãs siamesas, a mulher barbada, o Homem Foca, a mulher com três seios... 
É claro que eles não são bem recebidos pela cidade e, nos primeiros episódios, temos a chance de acompanhar como eles lidam com a rejeição e o preconceito, as dificuldades de se fazer coisas simples, como frequentar um bar. 
Ao mesmo tempo, acompanhamos um palhaço serial killer, dois golpistas caçadores de aberrações e a vida de uma mãe e o seu filho, que poderia estampar facilmente qualquer capa de revista, mas é completamente desajustado e não aceita "não" como resposta. Parece que tem muitas histórias a acontecer ao mesmo tempo mas, com o decorrer da temporada, tudo se encaixa e todos servem os seus propósitos. 



[Spoiler]

Depois da fraquíssima terceira temporada, pelo menos para mim, Ryan Murphy (produtor de Glee e Nip/Tuck) decidiu voltar com tudo. Graficamente, a série é pesada. Tanto na composição das personagens quanto na violência das cenas (e não estou a reclamar). As cenas do massacre na reta final e as cenas em que os freaks se juntam para matar uma das personagens são chocantes e bem executadas. 
Mais do que violência, a série mostrou o quanto é difícil pessoas com deficiência se encaixarem na sociedade e serem aceites pelo que são. Mesmo aqueles que não possuem deficiência física, mas são psicologicamente danificados, como é o caso do filho desequilibrado, acabam vivendo à margem da sociedade e criam o seu próprio mundo. Triste quando se descobre da pior forma possível.  
Por outro lado, é interessante ver como eles se organizam, têm as suas próprias leis e como se consideram uma família, como outra qualquer, que brigam, traem, amam, protegem-se e unem-se quando recebem uma ameaça exterior. O final da temporada foi interessante e coincidiu com os acontecimentos mostrados.
Uma jogada interessante foi fazer um link com a segunda temporada, Asylum. Tivemos a oportunidade de ver como a Pepper (uma das freaks) foi parar no hospício e como foi recebida pela Irmã Mary Eunice, antes de ser possuída pelo mal, claro. 
Para terminar, esta quarta temporada conseguiu resgatar o verdadeiro horror e fez um excelente trabalho, com atuações fantásticas e com todas as personagens tendo o seu tempo em cena.
Nunca fiz "quotes" para séries, mas este eu achei que resume bem o que tentei dizer nos parágrafos acima:  

"Querido diário, já ouvi várias vezes a srta. Elsa dizer que as aberrações dela são corajosas e honestas. Com todos os motivos para se esconderem, amargos e com pena de si mesmo, eles fazem o contrário. Eles são, na verdade, as pessoas mais alegres do mundo. O motivo? Eles acreditam em prazer absoluto. O que nos ensinaram a negar a nós mesmos a vida toda. Hoje eu nos declaro livres. Estamos no nosso lugar. Este lugar e estas pessoas são o nosso mundo e é como um banquete, cheio de possibilidades deliciosas."
Dêem uma olhada nesta esquisita e perturbadora abertura:   
https://www.youtube.com/watch?v=ZFLKPMLdR2c



Boa leitura!
Até o próximo post!

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