sábado, 12 de dezembro de 2015

Resenha - Carrie, a estranha



Resenha feita pela Lúcia! Título: Carrie
Título Original: Carrie, a estranha                      
Autora: Stephen King
Editora: Europa-América
Páginas: 206
Ano: 1990



Um dos maiores livros de sucesso de Stephen King, Carrie, a estranha, ganhou mais um remake como filme, o qual estreou no dia dia 18 de Outubro de 2013 nos Estados Unidos, mas em Portugal, a estreia ocorreu no dia 31 de Outubro de 2013 também. 

Enquanto aguardava ansiosamente, eu li o livro (já que estava na minha lista há séculos), e pretendia assistir também as outras versões do filme.
Hoje, a resenha será só sobre o livro mesmo, e as minhas impressões sobre o mesmo, confira: 



Sinopse: Carrie, a Estranha narra a atormentada adolescência de uma jovem problemática, perseguida pelos colegas, professores e impedida pela mãe de levar a vida como as raparigas da sua idade. Só que Carrie guarda um segredo: quando ela está por perto, os objetos voam, as portas são trancadas ao sabor do nada, as velas apagam-se e voltam a iluminar, misteriosamente.

Aos 16 anos, desajustada socialmente, Carrie prepara a sua vingança contra todos os que a prejudicaram. A vendeta vem ao de cima de forma tão furiosa e amedrontadora que até hoje permanece como exemplo de uma das mais chocantes e inovadoras narrativas de terror de todos os tempos.

Com tantos ingredientes de suspense, Carrie, a Estranha logo se transformou num enorme sucesso internacional e passou a integrar a mitologia americana. Ao ser transportado para as telas, em 1976, pelas mãos de Brian de Palma, teve como papéis principais a atriz Sissy Spacek e o ator John Travolta.


Opinião: Comecei a ler o livro sem as maiores expetativas. Não é bom esperar muito de um livro, pois nós pode-mo-nos decepcionar... ou sermos completamente surpreendidos. 
Ainda não decidi qual a sensação que tive ao terminar Carrie, mas certamente não sai "decepcionada". Não completamente. Claro que o livro teve alguns pontos fracos, mas a forma como Stephen conseguiu transferir os sentimentos da personagem, de uma forma indireta, mexeu de algum modo comigo, e fez-me refletir. 

Eles esqueceram-na, tu sabes. Transformaram-na numa espécie de símbolo e esqueceram que ela era um ser humano... - Página 94

Carrie sempre foi atormentada por todos à sua volta, principalmente pelos colegas da escola. Ela usava roupas estranhas demais para uma rapariga da idade dela, era calada, sem amigos nenhuns e era considerada feia. 
Os colegas dela deitavam-na a baixo, tratavam-na como uma aberração, um monstro.
Isso, pois não sabiam da verdade toda.
A mãe dela nunca a deixara ser uma rapariga normal, era uma verdadeira fanática religiosa que conseguia levar a níveis extremos o seu amor por Deus, de uma forma até mesmo assustadora.
A jovem Carrie teve a sua menarca (primeira menstruação), aos dezasseis anos de idade, na casa de banho feminina da escola. As raparigas divertiam-se a conta dela e jogavam pensos em cima dela para a humilharem.
Na casa dela, a mãe a prendia num armário com várias imagens de Deus furioso, dizendo que se ela não tivesse pecado, a menstruação não lhe teria aparecido. 
Após o episódio da casa de banho, uma rapariga arrepende-se de se ter rido de Carrie, e pede ao seu namorado para a convidar para ir ao baile. 
Ela aceita, mesmo pensando que ele só está a tentar criar mais uma situação para a envergonhar. No dia do baile de Primavera, ela é uma das raparigas mais bonitas, mas ela nem poderia imaginar o final terrível que estaria para lhe acontecer.
Não imaginaria o que uma das raparigas mais populares da escola estava a tramar para ela... assim como essa rapariga (Chris) não imaginaria que Carrie possui-a poderes  telecinéticos, e poderia acabar com tudo... e todos.

Desde o início do livro, o autor já deixa bem claro o que havia acontecido, mas a intenção dele aqui era simplesmente contar como, e o porquê daquilo ter acontecido. 
Um ponto positivo do livro, é que ele é contado sobre o ponto de vista de um autor omnisciente, mas ao mesmo tempo são apresentados trechos jornalísticos, entrevistas com testemunhas (personagens do livro), para contarem como havia acontecido tudo. 
Uma ideia mais do que positiva, aliás, pois foi ela que deixou o livro mais realista, fazendo o leitor acreditar que aquelas manchetes realmente pudessem ser reais. 
Não gostei muito dos trechos onde eram apresentados os pensamentos de algumas personagens entre parênteses. Isso tira um pouco da atenção do leitor na história, além de conter alguns erros (como a pontuação, por exemplo).
A narrativa de King é bem casual, e apresenta alguns palavrões. 
Mas o que eu gostaria de chamar a atenção, era mesmo a personalidade da Carrie. 

 Esta é a menina que continuam a chamar de monstro. Quero que tenham isso em mente. A menina que se contentava com um hambúrguer e uma cerveja de dez centavos depois do seu único baile na escola, para não preocupar a mãe. - Página 100
Apesar de todo o seu ódio por aqueles que a haviam reprimido durante estes anos, e das coisas terríveis que ela fez no final, tive um sentimento de compaixão pela protagonista. 
Talvez esta tenha sido uma grande obra de horror não por derramamento de sangue, mas pela forma como ele era assustadoramente real e da forma como o autor passou isso para nós.
Senti que a telecinesia dela foi apenas uma forma que o autor conseguiu para vingar todas as pessoas que são diariamente reprimidas ao nosso redor. 
O que me fez parar para pensar foi ver a forma como Carrie foi injustamente julgada, pelo modo de se vestir, ou de se comportar. Ninguém tinha pena da pobre rapariga, ela era tratada como um monstro, por ser diferente, por aqueles que eram iguais uns aos outros.
O que me assombra é perceber que este é um tema totalmente temporal, pois após tantos anos, após o lançamento do livro, ainda vemos nas escolas pelo mundo todo, pessoas excluídas por não se encaixarem na sociedade onde todos deveriam agir do mesmo modo.
Pessoas essas que são completamente desumanizadas, como se não tivessem sentimentos.
No caso da Carrie, de tanto a tratarem como um monstro, eles fizeram com que ela se tornasse num monstro de verdade. 
Não consigo exprimir tudo o que senti ao ler o livro, é algo que não dá para retratar numa simples resenha. 
Pode ser que tu, meu caro leitor, resolvas ler este livro e penses que exagerei quanto ao meu ponto de vista, pode ser que concordes, mas, apenas queria dizer que, embora não tenha sido um dos melhores livros que já li, certamente marcou-me muito. 




Boa Leitura!

Até ao próximo post!

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